Confira conversa com o candidato a prefeito de Piedade, Geraldo Pinto de Camargo Filho (PSD)

 

 

 

A Associação Comercial e Industrial de Piedade (ACIP) realizou recentemente uma conversa com o candidato a prefeito Geraldo Pinto de Camargo Filho, do Partido Social Democrático (PSD), com o objetivo de discutir propostas para o desenvolvimento econômico da cidade. Durante o encontro, foram abordados temas fundamentais para o crescimento local, como geração de empregos, incentivos ao comércio e melhorias na infraestrutura urbana. Esta iniciativa da ACIP visa proporcionar maior transparência e engajamento da comunidade com o processo eleitoral, contribuindo para uma escolha mais consciente nas próximas eleições.

No bate-papo realizado pela ACIP com o candidato a prefeito Geraldinho (PSD), estiveram presentes diversos membros da associação, cada um abordando questões cruciais para o desenvolvimento do município. Entre os participantes estavam Edno Aparecido de Souza, Aquilino Francisco da Silveira Neto, José Alexandre de Souza Furquim, Moyses Flores de Jesus Filho, José Fernando Pinto de Moraes, Anderson Luis Girotto, Jeferson Spencer Marsarotto, José Fernando Rosa Maciel e Sérgio Luiz Moreira, que trouxeram à discussão temas como fiscalização, plano de governo, educação, segurança, meio ambiente, agronegócio e turismo.

 

Confira como foi a conversa:

 

Gostaríamos de pedir para o candidato expor os motivos que levaram a decidir se candidatar novamente à prefeito de Piedade.

Coloquei novamente nossa candidatura à reeleição porque, ao assumirmos a prefeitura em 2021, enfrentamos grandes desafios. Inclusive, lembro de temas que discutimos em uma sabatina similar a essa, em 2020. Naquele momento, não sabíamos que enfrentaríamos uma missão tão grande: lidar com a pandemia de Covid-19. Passamos cerca de um ano e seis meses focados exclusivamente em questões relacionadas à saúde, trabalhando com a Santa Casa e, felizmente, conseguimos vencer essa crise sem fechar o comércio ou prejudicar os trabalhadores, sempre através do diálogo.

Agora, com dois anos e oito meses de gestão, tivemos a oportunidade de reorganizar a prefeitura e iniciar diversas obras. Desde o início, entregamos projetos importantes. Muitas ainda estão em fase de alicerce, como a construção da ETEC, que são projetos complexos e demorados.

Hoje, estamos preparados para os próximos anos. Fizemos ajustes importantes e estamos prontos para continuar e concluir o que foi planejado, garantindo que a população receba o que foi prometido e que o município prospere.

 

Caso seja eleito, com relação a questão da ocupação fixa (de ambulantes) de barracas, de veículos de lanches, verduras, doces, frutas e afins em locais de vias públicas, como ruas, beira de rodovias e no portal de entrada da cidade? Como vê a situação? Tem projeto para tratar o problema? Visto que, o empresário constituído legalmente, suportando alto ônus para manter sua atividade (aluguel, funcionários, contas fixas, burocracias e pagando impostos) são os mais afetados por essa concorrência desleal, pois estes, não pagam impostos, aluguel e outras contas fixas.

Acredito que ainda precisamos reorganizar alguns pontos. Seria interessante chamá-los para conversar e reorganizar essa questão. Por exemplo, todos trabalham com alvará, então por que não trazê-los para uma conversa e pensar em algo melhor para eles? Já vimos em outras cidades modelos de quiosques na entrada, e, se tivéssemos recursos, poderíamos fazer algo assim para melhorar as condições de trabalho. Ainda não conseguimos fazer tudo que gostaríamos, mas a intenção é boa. Existem coisas que ainda não conseguimos realizar, e é por isso que preciso continuar.

Esses temas estão na nossa pauta, mas faltou tempo e estrutura, principalmente por termos passado um ano e seis meses cuidando da pandemia. Agora, com dois anos e oito meses de gestão, estamos começando a ajustar algumas coisas, como essa reorganização. Infelizmente, não tivemos tempo para revisar essa lei municipal, mas é algo que está no radar para ser resolvido.

 

Em seu ponto de vista, o que precisa melhorar emergencialmente em Piedade?

Existem dois pontos importantes: um item interno, nosso, e outro que abrange a região, principalmente a Bunjiro Nakao. Não podemos perder de vista a necessidade de reorganizar o transporte. Iniciamos essa reorganização com muita dificuldade, pois acompanhamos a falência da empresa Vila Elvio. Tentamos abrir uma licitação, mas, por questões internas e arriscadas, decidimos suspender. Agora, temos que reorganizar essa licitação para aumentar o número de veículos em vários bairros. Isso só é possível através de um processo licitatório.

O mercado de transporte público é muito complexo, e abrir a licitação envolve muitos riscos. Por isso, mantivemos o contrato emergencial, mas o mais breve possível precisamos realizar a licitação para garantir a segurança e a qualidade do transporte.

Além disso, a Bunjiro Nakao é uma rodovia crucial, especialmente para os agricultores. Tenho um compromisso de modernizar essa estrada, e já conversei com o governador sobre isso. Há uma intenção do governo em acelerar o processo, e, se tudo der certo, podemos começar as obras no ano que vem. Não se trata de uma duplicação, mas de uma modernização, com recapeamento, sinalização e rotatórias, atendendo às necessidades dos agricultores e da população local.

 

[NOTA] O candidato a vice-prefeito Renaldo Corrêa da Silva, da chapa de Geraldo Pinto de Camargo Filho, justificou o não comparecimento por motivo de saúde, portanto as perguntas direcionas ao candidato não foram realizadas.

 

Qual sua pretensão para reestruturação da Guarda Municipal? Quantos GMs tem atualmente? Tem projeto para monitoramento por câmeras na cidade?

Quando assumimos, a Guarda Municipal estava em condições precárias. Isso não é culpa dos guardas, mas das condições de trabalho: uniformes, equipamentos e viaturas eram inadequados. Havia veículos com pneus carecas, o que tornava impossível atender ocorrências com qualidade. O primeiro passo foi reestruturar a guarda, comprando novos equipamentos, armamento, e veículos de alta potência, incluindo uma patrulha rural em parceria com o governo do estado. Equipamos a GCM com armamento pesado, para garantir a segurança deles e da população, já que, infelizmente, os criminosos estão cada vez mais armados.

Trocamos todas as armas, inclusive as menores e expandimos a atuação da GCM para o centro da cidade, além da sua função original de cuidar dos prédios públicos. Implantamos um sistema de plantão 24 horas e, embora eu quisesse ter mais viaturas e equipes, ainda precisamos fazer concurso para aumentar o efetivo. Mesmo assim, hoje a Guarda Municipal é respeitada e tem conseguido atuar em áreas problemáticas, como o combate ao tráfico em alguns bairros.

Ainda falta implementar o sistema de monitoramento que desejo, mas já assinamos um convênio com o governo do estado para trazer a "Muralha Eletrônica", um sistema completo de segurança, que interliga Polícia Militar, Civil, Guarda Municipal e Corpo de Bombeiros. Esse sistema será essencial para monitorar a cidade inteira, com câmeras avançadas e uma central de monitoramento.

Embora ainda estejamos aguardando a implementação completa, o sistema atual já tem ajudado a manter a segurança, mas sabemos que há muito a avançar. A Muralha Eletrônica será um divisor de águas, e acredito que estará pronta no ano que vem.

 

Qual será sua ação sobre o não funcionamento da delegacia a noite e em finais de semana?

Além da guarda, temos enfrentado desafios com a delegacia local. O efetivo é insuficiente e nosso delegado responde por várias cidades, o que prejudica o atendimento. A delegacia, muitas vezes fecha após o horário comercial e precisamos de mais pessoal para manter o plantão. Precisamos facilitar o registro de boletins de ocorrência, pois o sistema virtual é complicado para muitas pessoas. Estamos buscando alternativas para criar um atendimento mais acessível, especialmente para aqueles que têm dificuldades com a internet.

 

Atualmente ouvimos muito em relação a crise política, corrupção e crime organizado envolvendo empresários e políticos. Quais medidas pensa para evitar que eventuais ocorrências possam atingir nosso município?

Criamos uma estrutura eficiente para lidar com esses problemas desde o início. Para as licitações, por exemplo, implementamos um sistema eletrônico desde o ano passado, algo que muitos ainda não tiveram coragem de fazer. É o modelo mais moderno e seguro, onde as três empresas com o melhor preço são selecionadas automaticamente pelo sistema para análise, sem contato visual, o que reduz bastante os riscos de corrupção.

Além disso, implantamos a ouvidoria, que acompanha todos os contratos e tem contato direto com o Tribunal de Contas. O mais importante é que a ouvidoria não é ocupada por um comissionado, mas sim por um concursado, garantindo maior independência e imparcialidade.

 

Qual sua visão em relação ao setor agrícola e comércio no desenvolvimento do município?

A agricultura e o comércio em Piedade estão profundamente interligados, e o impacto de um setor afeta diretamente o outro. Quando a produção agrícola sofre alguma interrupção, seja na colheita ou no trabalho dos barracões, o reflexo é imediato no comércio local. Muitos trabalhadores são diaristas e, se a produção para, a economia sente rapidamente. Essa interdependência é clara e significativa para a sustentação da cidade.

Uma das ações importantes foi a mudança na Casa da Agricultura para um local mais adequado, com novos equipamentos e segurança reforçada, como câmeras de monitoramento. Investimos em quatro novos tratores e implementos, em parceria com o governo do estado, já que antes a prefeitura não tinha nenhum equipamento funcionando. Hoje, disponibilizamos esses equipamentos aos agricultores que precisam, e é perceptível o avanço tecnológico no campo.

A frota de tratores em Piedade cresceu significativamente, e não são mais equipamentos simples. A tecnologia avançou, e os agricultores estão utilizando ferramentas modernas como GPS e drones. Isso demonstra o quanto o setor agrícola local se modernizou. O produtor rural de hoje é um verdadeiro empresário, que controla suas finanças, sabe utilizar os produtos agroquímicos adequados e gerencia sua produção de forma profissional. A agricultura em Piedade já alcançou esse nível de sofisticação, com propriedades utilizando drones para monitorar plantações e tratores de última geração.

O futuro de Piedade está em sua produção, e mesmo em 30 anos, com outras cidades talvez não conseguindo produzir, Piedade continuará a ser um celeiro de alimentos. Nosso foco é também atrair pequenas indústrias ligadas ao setor agroindustrial e à tecnologia, fortalecendo a economia local e preparando a cidade para o futuro.

Estamos muito motivados a continuar desenvolvendo a cidade com esse olhar voltado para a agricultura, Piedade tem muito potencial para prosperar nesse caminho.

 

Sabendo da importância da educação de base, que ações pretende realizar para atender a demanda? Ainda sobre o assunto, com relação a necessidade de trabalhadores que são afetados em situações em que creches e escolas fecham em emendas de feriados (pontos facultativos), tem a pretensão de tomar alguma ação para que não permaneçam prejudicados? Poderia inserir como serviços essenciais?

A ampliação do horário de atendimento nas creches é uma das principais metas do nosso plano de governo, especialmente para atender as demandas da população que trabalha no comércio e outros setores. Sabemos que muitos pais e mães começam a trabalhar antes das 8h e precisam de mais flexibilidade no horário de funcionamento das creches. O plano é abrir as creches mais cedo e fechar um pouco mais tarde, o que vai proporcionar mais tranquilidade e apoio para essas famílias.

No entanto, ainda enfrentamos alguns desafios, principalmente em relação à contratação de pessoal, que foi afetada pela pandemia. O concurso público, uma parte fundamental dessa ampliação, não pôde ser organizado da maneira ideal até agora. Mas é uma prioridade chamar os aprovados e fazer com que essa ampliação aconteça, garantindo que as famílias possam contar com esse suporte.

Além disso, estamos trabalhando em outra demanda importante: a emenda dos feriados e pontos facultativos, assim como a ampliação do horário de funcionamento do comércio. Essas medidas visam beneficiar tanto os trabalhadores quanto os comerciantes, promovendo um equilíbrio entre as necessidades econômicas e as questões familiares da população.

 

O Mercado Municipal é um patrimônio de Piedade e tem grande potencial turístico. Quais seus planos para que este importante ponto de interesse da nossa cidade seja novamente atrativo para a população local e turistas?

O projeto de revitalização do Mercado Municipal de Piedade é uma prioridade, e esse compromisso envolve parcerias estratégicas, como com a ACIP, para trazer uma nova visão e modernizar o espaço. O mercado precisa ser remodelado para que possa se tornar um ambiente mais atraente, tanto para comerciantes quanto para consumidores.

Além da questão estrutural, o funcionamento também precisa ser revisto. As tentativas anteriores, como a alteração do fluxo dos ônibus para aumentar o número de pessoas no mercado, não trouxeram os resultados esperados. Portanto, a proposta agora é mais ousada, buscando ações mais radicais, como a parceria com a ACIP, que tem a expertise necessária para reorganizar o comércio, criar novas formas de promover o espaço e atrair clientes.

Uma parte importante dessa reformulação envolve o fundo municipal, para que os recursos gerados pelo mercado possam ser diretamente reinvestidos nele, ao invés de serem destinados ao caixa comum da prefeitura. Com esses recursos, será possível realizar melhorias contínuas e atrair novos investimentos.

 

Como pretende aumentar a segurança nas ruas e praças e amenizar os problemas relacionado aos moradores de rua, sem desconsiderar a legislação, direitos humanos e liberdades civis? 

O problema da população em situação de rua em Piedade é uma questão que exige uma abordagem regional, pois a maioria dessas pessoas não é do município. Segundo o levantamento que fizemos, cerca de 80% dos moradores de rua em Piedade vêm de outras cidades.

A Casa da Acolhida, atualmente, oferece alimentação, abrigo e acompanhamento técnico, o que proporciona certo controle sobre a situação dessas pessoas. No entanto, a falta de uma legislação local que trate da internação compulsória ou de medidas mais rigorosas para o tratamento e reabilitação faz com que a prefeitura tenha limitações na gestão dessa questão. O modelo atual permite que os acolhidos permaneçam na casa sem oferecer uma contrapartida ao município, o que, segundo a administração, precisa mudar.

A proposta envolve alterar a lei municipal para que os acolhidos possam oferecer algum tipo de retorno ao município, seja em forma de trabalho comunitário ou outro tipo de contribuição, enquanto usufruem dos serviços oferecidos. Além disso, a prefeitura busca estudar modelos bem-sucedidos de outras cidades para implementar medidas mais eficazes, incluindo a internação compulsória para aqueles que necessitam de tratamento, principalmente em casos de dependência química.

Outro ponto importante é a necessidade de uma discussão regional, com a participação das prefeituras vizinhas, para buscar soluções conjuntas. A expectativa é que, com a reformulação da legislação e a criação de políticas mais robustas, seja possível melhorar o controle e oferecer um tratamento mais eficaz e humanizado para essas pessoas, ao mesmo tempo em que se busca uma maior organização regional para lidar com o problema.

 

A questão do trânsito em nossa cidade está caótica, com barulho excessivo. Desrespeito às Leis e código de trânsito. Para você, quais as questões a serem resolvidas nesta área?

A questão das motos irregulares em Piedade, especialmente as "motos cabritas", já vem sendo tratada há algum tempo com operações e repreensões por parte da Guarda Municipal e da Operação Delegada. A apreensão contínua de motocicletas, o que aponta para a necessidade de uma política mais eficaz de conscientização, especialmente para aqueles que trabalham com motos e que ainda não aderiram às normas de segurança e regularização.

Além das apreensões e operações pontuais, o ideal seria implementar uma campanha educacional focada na conscientização do uso de equipamentos adequados e da manutenção regular, além de reforçar as penalidades para aqueles que insistem em desrespeitar a legislação de trânsito.

A questão do estacionamento, especialmente com a obra do ambulatório, agrava ainda mais a situação. A falta de locais apropriados para motos e carros afeta diretamente o comércio e o fluxo de pessoas em áreas movimentadas, como em frente à pizzaria e ao mercado. A ideia de criar bolsões de estacionamento é uma solução promissora, mas precisa ser pensada com atenção para garantir que esses espaços realmente sejam utilizados de forma eficiente.

 

Sobre o trabalho de fiscalização no município, tem projeto para alterar ou melhorar como está no cenário atual?

A questão da falta de mão de obra e fiscais no município é um desafio que afeta diretamente várias áreas, desde a fiscalização de obras até a vigilância sanitária. Mesmo com as limitações atuais, já foi possível realizar algumas contratações estratégicas para áreas críticas, como a fiscalização de obras e vigilância sanitária, o que demonstra um esforço em melhorar a estrutura disponível.

A criação da lei do Sistema de Inspeção Municipal (SIM) e a organização da vigilância sanitária, agora com uma equipe adequada e um espaço mais apropriado, são avanços importantes. No entanto, o problema da falta de fiscais persiste, especialmente com a aposentadoria iminente de alguns dos atuais servidores. Isso reforça a necessidade urgente de realizar um concurso público.

A fiscalização de obras, em particular, enfrenta um grande desafio devido ao crescimento na construção, especialmente em áreas como a região de Ibiúna, próximo ao Piraporinha. A quantidade de novas construções, muitas vezes sem o devido acompanhamento, aumenta a pressão sobre a equipe reduzida.

A realização de um concurso público é essencial para garantir que essas áreas críticas, como tributos, obras e vigilância sanitária, tenham o suporte necessário para funcionar de forma eficiente. Sem um aumento no quadro de fiscais, será difícil manter o controle e a organização que o município precisa, especialmente considerando o crescimento contínuo da cidade.

 

Sobre a Lei da Liberdade Econômica, que trouxe mudanças significativas ao cenário empresarial brasileiro, aliviando a carga burocrática que sufoca o empreendedorismo, mas que mesmo sendo uma lei federal, para vigorar, é necessária regulamentação ou decreto por cada estado e município. O candidato apoia as medidas de incentivo ao empreendedorismo amparadas pela referida lei?

Sinceramente, eu preciso dar uma olhada nisso e, de fato, não sabia que era regulamentado pelo município. Estou sendo honesto aqui, é uma novidade para mim. Claro, vou verificar com atenção, porque eu sempre achei que fosse uma lei federal. É um pouco estranho que seja responsabilidade municipal, mas posso dar uma olhada nisso com cuidado. Não tenho uma resposta imediata porque é uma questão bem específica.

 

Quais seus planos para melhorar a saúde do município, visto os problemas quanto ao tempo para atendimento médico, exames, e falta de insumos e medicamentos na farmácia municipal?

Desde o início, nosso plano de governo incluía melhorias nas áreas da farmácia e pediatria, pois conhecíamos as necessidades de modernização. No setor de farmácia, reorganizamos toda a estrutura. Antes, as pessoas esperavam de pé, com espaço limitado para os deficientes físicos. Hoje, isso mudou completamente. Também reformulamos o sistema de agendamentos para ambulâncias e dobramos a frota, garantindo uma estrutura adequada para o atendimento à população, concentrando todos os veículos da saúde em um único local.

Além disso, estamos construindo um novo prédio para a saúde do idoso. A pediatria, que antes operava com apenas duas salas, foi ampliada e agora oferece espaços adequados para cada especialidade. Piedade é a única cidade da região que oferece atendimento especializado para crianças com autismo, e temos pediatras em todos os sete postos de saúde. O Centro Integrado de Reabilitação, criado pela nossa gestão, também precisa de expansão para atender à crescente demanda.

Todas essas são políticas públicas voltadas para atender melhor a população. Hoje, contamos com psicólogos e assistentes sociais dentro da rede municipal de ensino, integrando diversas áreas para colher resultados a longo prazo. É por isso que reforço minha vontade de continuar, pois quero ver esses projetos entregando os resultados esperados para nossa comunidade.

 

O que você enxerga como potencial no turismo de Piedade?

Aqui está uma reformulação mais estruturada e formal dessa fala sobre o turismo em Piedade:

Acredito que o turismo é o terceiro setor que mais gera empregos em Piedade. Temos implementado algumas políticas de desenvolvimento na cidade, com foco em atrativos como o ciclismo e o Parque Ecológico, que possui um potencial extraordinário. Cerca de 1.500 pessoas visitam o parque nos fins de semana. Considero o parque um ponto essencial; já conseguimos recuperar as nascentes e os tanques por lá. Estamos trabalhando na criação de ciclorrotas e melhorando a infraestrutura para práticas esportivas, como as áreas de ginástica, que hoje recebem cerca de 100 pessoas por dia para caminhadas. A maior parte dos frequentadores nos fins de semana vem de fora da cidade. Nesse processo de remodelamento, que conta com emenda parlamentar, queremos também garantir maior acessibilidade para pessoas com deficiência.

Outro projeto importante é o Parque Tia Ruth, que está sendo construído onde antes havia um desvio, atrás da Câmara. Ali, uma passarela é muito utilizada pelos moradores como atalho. Dentro do MIT (Município de Interesse Turístico), propus a criação de um parque ecológico com uma passarela moderna, que será tanto um atrativo turístico quanto um facilitador para os trabalhadores que usam esse acesso diariamente. Prevemos que as obras durem mais quatro meses.

Também estamos focados no portal de entrada da cidade. Piedade é conhecida como a capital da alcachofra, mas o portal está com apenas 40% das obras concluídas. É essencial atrair o turista, e Piedade já faz isso, mas de forma muito específica. Estamos no caminho para o litoral, e, pensando nisso, coloquei uma placa improvisada no portal. Porém, o plano é criar algo mais elaborado, que também possa atrair ciclistas e reforçar nossa identidade turística.

 

Pensando no crescimento ordenado, respeitando o plano diretor da cidade, visto a existência de muitos loteamentos clandestinos, como pretende atuar quanto a questão?

Uma das ações importantes que realizamos foi a atualização do Plano Diretor, com o apoio da equipe da prefeitura. Tenho orgulho desse trabalho, porque um plano diretor como esse é algo caro e complexo. Felizmente, conseguimos entregar e aprovar a renovação do plano, permitindo o crescimento da cidade em algumas áreas, sem criar novos impostos, apenas delimitando novas zonas. Esse avanço foi significativo, especialmente para quem trabalha com engenharia civil e arquitetura, pois sabemos o quanto isso impacta o desenvolvimento.

O mais notável é que fizemos isso valorizando os funcionários da prefeitura, sem a necessidade de terceirizar. Agora, temos condições de liberar loteamentos em regiões onde antes isso não era possível. Recentemente, fizemos uma alteração de zoneamento, mesmo após a atualização do plano, para permitir a construção de uma escola e regularizar a situação de alguns comerciantes na região da Capela de São Roque. Isso demonstra como o plano, embora atualizado, precisa de ajustes pontuais para atender às necessidades emergentes da cidade.

 

A cidade tem problemas antigos com o lixo gerado. Atualmente é praticamente inexistente uma coleta seletiva organizada no município, dependendo apenas dos catadores autônomos, o que é muito pouco. Como pretende resolver esse problema?

Aqui está uma versão organizada e estruturada do seu discurso sobre a coleta de resíduos em Piedade:

Hoje, a coleta de resíduos recicláveis em Piedade é praticamente inexistente. Saímos de uma situação crítica e estamos caminhando para reconstruir esse serviço. No passado, a cooperativa COTMAP, que fazia a triagem e coleta, acabou falindo, sem conseguir dar continuidade ao trabalho. Recentemente, eu assinei um termo de parceria com outra cooperativa para dar início a um novo processo de coleta.

Atualmente, estamos literalmente jogando dinheiro fora, pois pagamos para transportar todo esse lixo sem triagem, o que significa que materiais recicláveis, que poderiam ser aproveitados, estão sendo descartados. Com a nova cooperativa, que possui uma gestão muito mais organizada e experiência em outras cidades, estamos confiantes de que isso vai melhorar. Fizemos um acordo inicial com um valor definido, mas a cooperativa depois solicitou um ajuste, o que acabou sendo encaminhado para a burocracia jurídica. Estou quase pronto para considerar outras opções, caso essa parceria não avance.

É possível também licitar o serviço para uma empresa privada, e estamos abertos a isso se necessário. No entanto, nosso foco inicial foi tentar manter o modelo cooperativista. Se tudo correr conforme planejado, Piedade tem potencial para reciclar cerca de 30 toneladas de resíduos por mês. O que precisamos agora é agir e fazer as coisas acontecerem.

 

Piedade tem na agricultura o desenvolvimento econômico no agronegócio com comércio exterior. O que você pensa a respeito?

É importante ser honesto: boa parte dos produtores que atuam hoje, fazem isso por conta própria, sem muito acompanhamento direto do município. Temos os dados, sabemos quem são e o que fazem, mas ainda falta um apoio mais próximo, um incentivo para facilitar o trabalho deles. Estamos começando a organizar isso agora, trazendo esse apoio para o interior. Por exemplo, em uma reunião no Centro Tecnológico de Sorocaba, tratamos justamente dessas questões e discutimos possibilidades de financiamento direto para os produtores, sem atravessadores.

Nesse contexto, tive um primeiro contato com o Ministério dos Portos e Aeroportos para discutir a possibilidade de criar um Porto Seco em Piedade. A ideia é facilitar a distribuição de mercadorias para a nossa região central. A proposta do Porto Seco é atender não só a agricultura, mas também a logística de toda a região.

Hoje, os caminhões grandes fazem a troca de mercadorias nas margens das rodovias, o que é um risco tanto para o trânsito quanto para a segurança. Com um Porto Seco, teríamos um local adequado para isso, algo que já acontece em algumas cidades do Nordeste. A única coisa que o município precisaria fornecer é o terreno, pois toda a infraestrutura seria de responsabilidade do Ministério. E felizmente, nós já temos essa área disponível, então vamos continuar lutando para concretizar esse projeto.

 

Com base em sua experiência na gestão pública municipal, em sua opinião, qual ação tomada faria diferente ou não repetiria?

Vamos falar de algo mais próximo para refrescar a memória, com relação ao mercado municipal, porque, olhando para trás, acredito que se tivéssemos tomado uma posição mais firme, já teríamos resolvido essa questão. Tomamos três ações importantes naquela época — tenho isso anotado — mas, mesmo assim, não conseguimos resolver nada.

Sabe aquela história de que, às vezes, é melhor perder junto do que ganhar sozinho? Foi mais ou menos o que aconteceu. Tomamos uma decisão coletiva, mas as coisas não deram certo. E, por isso, acabamos perdendo dois anos e pouco nesse processo.

 

Qual legado sua gestão deixou para Piedade?

Além do principal, que é o início de várias escolas sendo construídas — algo que não é fácil e foi conquistado com muito esforço —, conseguimos colocar Piedade em planos importantes, como o PAC. Isso trará grandes benefícios, como a implantação de uma unidade de saúde, algo inédito no município. Esse será um legado que deixaremos para todos, melhorando a qualidade de vida da população. Vamos utilizar o terreno que seria destinado ao hospital municipal para essa unidade de saúde. São ações simples, baseadas em bom diálogo, que mostram que é possível fazer.

Outro legado importante é o Corpo de Bombeiros, que precisa de mais avanços. Hoje, falo com conhecimento de causa. O Poupatempo é mais um legado que ninguém vai tirar. Facilitou a vida de todos, não só dos comerciantes ou despachantes que antes tinham que ir até Sorocaba, mas também da população em geral, que agora pode resolver seus documentos de maneira rápida e eficiente.

Além disso, o atendimento pediátrico e neurológico no município também é algo que não tínhamos e que fez uma diferença extraordinária na vida das pessoas. Esses três pontos são, sem dúvida, os mais importantes.