Desidratação de frutas é alternativa de comercialização para produtor de Piedade

A fabricação de frutas secas garante lucro de 10% a Yuichiro Takagi e o aproveitamento de todo o pomar

 

No ranking da fruticultura mundial, o Brasil é o terceiro maior produtor, com mais de 2,5 milhões de hectares cultivados em todo o território nacional. As informações são da Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas).

Fonte de renda para pequenos produtores, a efemeridade e sazonalidade dos produtos resulta em preços baixos e dificuldade de conservação para comercialização fora da temporada. O processamento das frutas surge como alternativa de garantir rendimento e aumentar o valor agregado da produção e reduzir perdas na pós-colheita.

De acordo com Yuichiro Takagi, fruticultor há mais de 20 anos em Piedade, a fruticultura é um mercado relativamente estável comparado com o de hortaliças. No entanto, ele diz que o trabalho com a fruta in natura apresenta pouca margem de lucro para o produtor. “O mercado in natura é difícil, o valor aparente não mudou nada nos últimos tempos e os insumos sobem todo ano, nunca atenuam”, comenta.

 

Culturas produzidas

Atualmente, são produzidos caqui giombo, caqui pérola, pêssego, atemoia e castanha portuguesa. Os alimentos in natura são vendidos para a Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp) e as frutas secas em empórios da capital paulista. Em geral, um quilo da fruta seca custa mais de 100 reais no atacado.

O caqui seco – doce típico do Japão – foi o primeiro alimento a ser processado no sítio de Takagi. O imigrante japonês se mudou para o Brasil em 1998 e desde 2001, a fruticultura sustenta a família e emprega em média quatro funcionários. O investimento inicial foi na construção de um desidratador caseiro, que na época custou R$ 3 mil reais. A fabricação de frutas secas garante lucro de 10% ao fruticultor. As frutas que sobram no pomar são transformadas em deliciosas geleias produzidas pelas mãos de NatsukoTakagi, esposa de Takagi. Desde 2013, a família formalizou o negócio, criando a empresa Atelier dos Pomares e ampliou o leque de produtos. Há também conserva de castanha, amêndoa de ginkgobiloba e biscoito natural de batata doce.

 

Benefícios à saúde 

O consumo regular das frutas secas podem trazer diversos benefícios à saúde. Algumas delas possuem altos níveis de fibras, pouca gordura e energia, vitaminas A e B, minerais e são antioxidantes. Para Takagi, apesar do aumento de interesse do público em geral, ainda demoraria muitos anos para que a fruta seca entrasse na dieta brasileira. “Hoje o mercado é nicho do nicho, muito pequeno e sujeito a alterações”. E por isso, ainda de acordo com ele, é preciso gostar do que faz e sempre se reinventar.

 

Para outras informações, acesse:

www.atelierdospomares.com.br ou entre em contato (15) 99723-3195. Sítio Takagi, s/n - B°Douradinho, Piedade-SP

 

Texto/Colaboração: Aline Nunes